Equilíbrio

O ser humano se ressente, no momento atual, da falta do equilíbrio interior indispensável, para que possa concatenar, de forma ordenada e proveitosa, a imensidão de “insights”, ou seja, de idéias e de intuições que se processam em sua mente. Desta forma, ele acaba perdendo, vamos dizer, setenta por cento de tudo de bom que perpassa em si, e que poderia muito colaborar com o seu equilíbrio psicofísico, bem como com o sucesso de sua programação reencarnatória, e ainda levá-lo a derramar o consolo a todos os companheiros de caminhada que com ele ombreiam nesta nave estelar-Terra.

As células que compõem o soma sobrecarregam-se de um magnetismo desequilibrante, devido à ansiedade que o ser humano sente em galgar os degraus de sua iniciação cósmica. Uma força interior que desconhece e ainda não identifica conscientemente o impele a buscar este desiderato. Como não entende e não domina esta situação, parece um grande computador com suas funções desajustadas, recebendo uma enorme quantidade de dados do Computador Central-Deus, e não conseguindo decodificá-los devido aos seus “programas” que ainda não estão totalmente desenvolvidos mas, acima de tudo, devido à falta de uma maior interiorização.

Carece, portanto, o ser humano de uma busca maior, e de auferir na realidade interior as orientações que podem conduzi-lo, com segurança, pelo caminho estreito e difícil que se constitui na etapa em que o discípulo anda no “fio da navalha”, ou seja, dividido entre a realidade exterior que o cativa e chama e a realidade interior que é o seu futuro e que lhe oferece aquilo que sempre almejou, a felicidade, porém por meio de esforço e renúncia, que nem sempre está decidido a assumir.

O Mestre Interior - Deus - está pronto, ansioso para levar o discípulo à felicidade de sentir-se uno com o Todo, e obviamente, integrado no Cosmos e livre da correria e da balbúrdia que ainda encontra nos “degraus materiais”, digamos assim, de sua caminhada cósmica.

Podemos dizer que, em particular, o homem do hemisfério ocidental, comumente não busca a meditação, o contato com o íntimo ser, vivendo distraidamente absorvido por “Maya”, e perdendo uma grande oportunidade de crescimento, equilíbrio e força para enfrentar suas mazelas e abrir clareiras de luz ante seus passos. Infelizmente, constata-se na atualidade que no próprio Oriente o homem busca cada vez menos a introspecção, ocidentalizando-se em detrimento de sua alforria espiritual.

Em verdade, o homem deve buscar nessa “fonte-interior” as respostas para alguns enigmas que não estão nos livros. Por mais avançada que seja a filosofia ou religião que acate em seu culto devocional ou em seus estudos esotéricos, essas respostas dizem respeito ao seu mais profundo existir e caminhar na seqüência dos tempos, em que busca o encontro do equilíbrio, da paz e da felicidade, enfim.

Neste particular, a Ioga, como “disciplina da mente e dos sentidos”, pode dar a sua colaboração valorosa para uma educação do ser, treinando-o para a busca interior e mostrando-lhe o valor da meditação e da introspecção. Deixando de lado os preconceitos muito comuns aos seres ligados às doutrinas espiritualistas que permeiam o planeta, podem os seres humanos buscar, nesta disciplina milenar, os subsídios para uma interiorização coordenada e inteligente, que os leve a um maior equilíbrio emocional e sentimental. Poderão, então, absorver as energias vitalizantes que circulam nos campos etéreos do planeta como dádiva do Criador às suas criaturas, mas que pouco são aproveitadas pelas criaturas, devido à desenfreada correria pelas avenidas do mundo.

Todos os seres humanos, mesmo nessa grande agitação, também se encontram em busca da felicidade, porém trilham por caminhos que impedem um maior contato com essa realidade que está a sua disposição, como vitamina não usada, guardada na prateleira da “farmácia divina” e desprezada mais por desconhecimento do que por desdém.

É imperioso para todo aquele que deseja evoluir e colaborar com o “Grande Plano” do Comando Supremo do Planeta Terra, ou seja, com o Amor, na transformação e reconstrução do globo terráqueo, envidar o esforço benéfico de destinar alguns minutos, ou até algumas horas, para a meditação, para a busca interior, para este contato Divino que o ser humano perdeu quando se lançou “para fora” de si mesmo, na necessária busca exterior, mas que já não é tão premente agora como a busca interior.

Esse trabalho é mais do que necessário neste momento em que, dominando e conhecendo uma boa parcela da realidade exterior por meio da ciência e da tecnologia, o homem se aproxima de um severo exame espiritual, que o levará ao “paraíso” de um planeta regenerado ou ao “inferno” de um planeta inferior à Terra.

Esse contato-interior será muito benéfico, pois na meditação pode o homem ouvir e sentir “a voz do silêncio” que lhe fala constantemente sobre tudo o que cerca a sua peregrinação cósmica, educando ainda o seu “sentir” e obviamente coordenando o seu “agir”, dentro dos parâmetros que deverão nortear a nova humanidade do Terceiro Milênio.

Dessa forma, faz-se necessário que o homem deixe de lado, por instantes, o exterior e dedique-se ao seu interior, pois é lá que se encontra a “pérola escondida”, o “tesouro oculto”, enfim, o “Reino de Deus” cuja existência Jesus, o Cristo de Deus, demonstrou à humanidade da Terra há mais de vinte séculos; entretanto, até o momento, poucos conseguiram penetrar nessa “caverna” para, como o personagem Ali Babá, em seu famoso “Abre-te Sésamo”, usufruir dessa luz e desse amor que habitam o mais profundo do ser.

Existem varias técnicas que podem ajudar o ser humano neste aspecto, e, além da Ioga, existe também a possibilidade do homem valer-se da oração santificante, como porta e acesso ao mais profundo ser. Neste contato vibratório possibilitado pela prece fervorosa e sincera, entra a criatura em sintonia com amigos luminosos da esfera maior, que podem ajuda-lo a conquistar o novo patamar de luz que necessita galgar neste instante de sua evolução.

Em muitos casos, também possibilita a oração o contato com a realidade Maior, o “celeiro cósmico” existente no Astral planetário, onde estão as matrizes da história universal, plasmadas no “Akhasa”, à disposição de todas as criaturas que se coloquem em posição de penetrar nesses arquivos do infinito. Porém essa penetração requer muito treinamento e espiritualização, principalmente ao encarnado, ainda sufocado pelo biombo da carne e tolhido em suas faculdades de espírito imortal, as quais, quando desenvolvidas e disciplinadas, lhe conferem o poder de ter acesso aos arquivos cósmicos, o que poucos ainda, como Jesus, Buda, Krishna e outros grandes iluminados, conseguiram ainda na carne.

Enfim, o equilíbrio pode ser buscado pelo ser humano, neste instante de transição. Como dizia Jesus, este equilíbrio “o mundo não pode dar”, de modo que, como amigos e irmãos que já viveram este momento do “fio da navalha”, o que queremos mostrar para o ser humano da Terra é a necessidade de procurarem com todas as forças esse equilíbrio:

No pensar

No falar

No sentir

No agir

Pois creiam, meus irmãos e amigos em Cristo, este contato interior muito vos facilitará o contato exterior com vossos familiares, vossos amigos, vossos inimigos, enfim, com todas as criaturas de Deus, que convosco cumprem esta escalada cósmica em busca da Luz.

Buscai o equilíbrio, buscai esta realização e estareis colaborando não só com vosso espírito tão carente de Paz, mas também com o Criador Incriado e com todos os que amais.

Muita Paz!

Muita Luz!

Navarana

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