Doçura

Qualidades raras no ser humano do século XXI, a doçura e a amabilidade são fundamentais para a convivência harmônica dos filhos de um mesmo Pai, nesta caminhada conjunta, empreendida por todos rumo ao aperfeiçoamento moral e intelectual, que é a meta maior do Espírito, dentro do plano da criação encetado pelo Criador. Esta meta propõe levar as criaturas a encontrarem a felicidade e participarem do Cosmos, na condição de cidadãos intergalácticos amorosos, conscientes de seus deveres e responsabilidades e operantes no seio dos seus irmãos inexperientes, que ainda estão aprendendo, desejando também escalar os degraus da felicidade suprema, no caminho da evolução.

Nos mundos e planos superiores, existe um profundo respeito das criaturas por cada um daqueles com que compartilham as experiências, no escoar dos evos que compõem a eternidade, pois a compreensão sobre a santidade da individualidade e o respeito ao livre arbítrio de cada um levam todos os seres a olharem-se como parceiros que compartilham experiências. Sabem estes seres que um pode colaborar com o outro naquilo que mais aperfeiçoou em sua individualidade, aceitando pontos de vista contrários, e principalmente não emitindo qualquer energia que possa magoar seu irmão, por respeitar o seu sagrado direito de divergir e até de errar.

Na Terra, o egocentrismo que domina ainda a criatura humana, aliado ao tolo orgulho exacerbado pela descoberta de seu enorme potencial, faz do ser humano alguém que ainda tenta impor seus pontos de vista e decisões aos companheiros de jornada, esquecendo-se de que não é este o objetivo maior da convivência, do estar junto, do compartilhar esta imensa estrada cósmica que é a “Casa do Pai”. Quando o outro não aceita tal condição, tal imposição egoística e orgulhosa, numa atitude infantil e, até certo ponto, pouco inteligente, o indivíduo se entrega à cólera, à estupidez e à grosseria e maltrata seus pares, principalmente aqueles de que mais gosta e que convivem mais diretamente com ele. Esquece que a doçura e a mansuetude unem as pessoas e possibilitam um ambiente moral e psíquico de concórdia e paz, enquanto que a grosseria somente torna insuportável a convivência, fazendo daquilo que deveria ser um somar, um eterno dividir.

Esta atitude não é muito inteligente, pois a realidade é que somos “seres energéticos”, e além do aspecto moral da questão, envolvendo a Lei de Amor e Fraternidade, que deve regular as relações de todos os filhos do Pai, ainda existe a questão energética, uma vez que momentos de desequilíbrio emocional trazem à organização psicossomática uma gama de energias deletérias que somente atravancam o progresso da criatura. Estas energias constituem-se em verdadeiras “manchas” perispirituais, bloqueando a propagação da luz interior e impedindo a percepção de energias sutis emanadas pelos Planos Superiores, que visam a amparar os seres em sua caminhada difícil rumo à angelitude.

O ser humano da Terra, ainda incipiente na questão esotérica do existir, desconhece esta correlação energética entre o soma e o psicossoma e, por isso, acaba intoxicando-se em seus momentos de cólera, ou mesmo de grosseria, além de emanar uma aura carregada de magnetismo tóxico que ainda desequilibra seus irmãos de caminhada, também despreparados e com frágeis defesa energéticas, que lhes impossibilita uma reação amorosa e pacífica.

Dessa forma, o relacionamento caminha para o confronto e o desconforto mútuo, os quais somente levam a mágoas e ressentimentos, como portas abertas, escancaradas às doenças, à desunião e, principalmente, à ação de energias intrusas: os chamados “espíritos obsessores”, que encontram nos indivíduos coléricos e grosseiros campo fértil para sua nefasta ação, devido à similaridade de vibração, dentro da lei de sintonia que vige em todo o Universo.

Em verdade, muitas vezes o encarnado é o seu próprio obsessor, pois, egoisticamente, leva uma vida voltada apenas para as suas verdades, encolerizando-se e maltratando as pessoas, quando não é correspondido em seus anseios egocêntricos, facilitando bastante a ação das energias intrusas, devido à lei universal, na qual “os semelhantes atraem os semelhantes”, o que leva a população terráquea a enfrentar grandes dificuldades de convivência, pois se descuram da advertência amorosa do Rabi da Galiléia, lançada magistralmente do alto de um monte:

“Bem aventurados os mansos e pacíficos, porque herdarão a Terra!”

Ora, queridos irmãos que habitam a Terra, é preciso vos tratardes com mais respeito, mais educação e, principalmente, com mais Amor. É chegado o momento da criatura emancipar-se de seu egoísmo e de seu orgulho e passar a ser “um com Deus”, e “um com todos”, descendo de seu frágil pedestal, que somente lhe trouxe infelicidade e angústia até o presente momento, unindo os esforços e somando as energias na busca da transformação moral de cada ser humano e do planeta, para que possam constituir-se em “trigo” e não em “joio” no momento da seleção profética.

A advertência do Cristo-Jesus é cristalina, e não deixa dúvidas. Somente habitarão o planeta renovado e higienizado aqueles que forem doces, ou seja, os mansos e pacíficos. A humanidade precisará se unir na reconstrução terrena, não somente na reconstrução material, mas, principalmente, na reconstrução moral, e somente por um esforço conjunto entre todos vós, encarnados, desencarnados e amigos intergalácticos, será possível a implantação do “Reino do Amor” na Terra.

Urge, portanto, que todos combatais essa tendência negativa, que vos aproxima dos brutos, e que, como diz um amigo da luz, vos torna “homens das cavernas de terno e gravata”(05), e que passeis a respeitar-vos, a terdes carinho entre vós. É importante que as atitudes de cólera e grosseria fiquem apenas como lembranças de uma época em que o ser humano ainda não entendia o sentido maior do conviver, do estar juntos, do compartilhar experiências, que é o objetivo-mor dessas reencarnações conjuntas, que vem encetando há tantos milênios no seio do Planeta Mãe, que é a Terra.

No novo ciclo que se prenuncia, os homens precisarão desenvolver a doçura, pois ela é uma qualidade fundamental nas esferas superiores, nos mundos que já estão se distanciando da animalidade, dos instintos primevos, pois é impossível “vos amardes uns aos outros como Jesus vos amou”, sem a doçura e a amabilidade, no tratamento do dia-a-dia.

Problemas existem, dificuldades e defeitos a burilar todos os têm. Dessa forma, a compreensão e a paciência deverão ser as metas maiores de cada um, neste momento. Os homens não podem mais continuar tratando-se como inimigos, não podem mais continuar magoando seus companheiros de jornada com a sua rispidez e a sua pretensa superioridade, que na verdade não existe, pois somos todos filhos de um mesmo Pai, elaborados da mesma substância, que é o Amor, e destinados à mesma condição, que é a angelitude.

Portanto, vamos nos tratar bem! Vamos, meus irmãos, deixar de lado as atitudes antifraternas e vamos nos unir na busca deste patamar de Paz e concórdia.

Muita Paz!

Muita Luz!

Navarana

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