Estudo: Sob a Luz do Espiritismo

Atingimos um fim de ciclo no esquema divino, onde haverá uma seleção da humanidade, conforme a atuação espiritual de cada um na face da Terra. Aflora uma nova civilização de natureza definitivamente mais sadia nos seus objetivos, plasmando um novo mundo alicerçado nos preceitos da Bondade e do Amor.

Todos os equívocos, erros e injustiças cometidos, devem, agora, ser banidos para sempre do orbe terrestre. Ressurge, após poucos, no homem, a consciência de uma existência Divina Superior, onde ele deverá viver. É, neste despertar, que surgiu o Espiritismo. Na hora exata, revivendo o Evangelho, o roteiro certo para todos nós. A obra de Allan Kardec ai se encontra, vigilante, apontando os caminhos da sadia espiritualidade. seus ensinamentos foram elaborados de modo compreensível por todos os homens, gerando, assim, maiores responsabilidades para os que deles se abeberarem.

Sob a Luz do Espiritismo, Ramatis procurou enfeixar os assuntos de mais acentuado prejuízo espiritual e que se alastram pelo mundo, graças à irresponsabilidade dos homens que, num momento de insânia, elegeram para seu culto mórbido os prazeres mais degradantes e os vícios mais ignóbeis. Allan Kardec, sob a orientação dos espíritos, alinhavou conceitos e orientações que atendem a todas as necessidades espirituais e graduações humanas, advertindo e esclarecendo quanto às práticas inferiorizantes e fixando a responsabilidade de seus autores. Aproveitou toda sensatez e fidelidade crítica da obra espírita para fundamentar o seu texto, definir responsabilidades e obrigações. Aprofundou conceitos espirituais sob a égide do grande codificador e sob a inspiração divina do Amado Mestre, Jesus Cristo.

Ramatís colocou sua inteligência e mansuetude à disposição de nossos irmãos mais angustiados e sofredores que, na maioria, só conseguem compreender e solucionar seus problemas de maneira desesperada, violenta e sob perigosa emoção incontrolável. Este livro comenta longamente sobre o suicídio, expondo e definindo os seus ângulos atrozes após a morte do corpo carnal; desvenda a natureza intrínseca do homossexualismo e do exorcismo, trazendo lições de compreensão e, acima de tudo, esclarecendo pontos que sofrem interpretações errôneas, na maioria dos seus estudos; examina a prostituição, como um produto de irresponsabilidade humana. pormenoriza as finalidades criativas e superiores do sexo, lembrando, nesta faixa negligenciada, a grande falta de amor espiritual; aponta, em profunda dissertação, a Eutanásia – a tradicional “morte piedosa”, como um fato censurável perante as leis divinas e condenável perturbação no roteiro educativo da criatura encarnada; alivia-nos, sobremaneira, quando examinando o problema da morte, a encara como uma porta que se abre para a verdadeira vida; retira de nossa mente o temor fúnebre e descreve o processo de desencarne como uma mudança de apartamento, dependendo, é claro, ,da tranqüilidade ou do desespero do inquilino, conforme tenha sido a sua vivencia anterior; dá à morte um sentido de reencontro com outras almas afins.

Ramatis, aprofundando conceitos e focando problemas, sob a luz do espiritismo, deixa-nos, pela sua irradiante beleza espiritual, novos caminhos, novos ângulos, todos eles conducentes ao aprimoramento do espírito, despertando o homem para que, conscientemente, assuma a responsabilidade da sua conduta na escala evolutiva.

A dor e o sofrimento são técnicas pedagógicas para o aprimoramento do ser, em seu processo evolutivo, e também conseqüentes a seus equívocos nas múltiplas vidas. a dor dinamiza as energias sutis do sofredor, herdadas pelo sopro divino, despertando nele, depois da revolta inicial, a reflexão sobre os porquês de sua desdita e fazendo-o procurar na razão e na fé novos rumos que, psicologicamente, o aliviam do sofrimento. Em síntese, o padecimento é uma reação, previamente consentida, para trazer o eterno postulante para a senda da evolução espiritual, através de novos conceitos religiosos, filosóficos e morais, os quais lhe dão outro sentido vivencial.

Conforme já vo-lo dissemos, todos os ensinamentos de Jesus relacionam-se entre si e convergem para uma só expressão doutrinária. Em sua síntese geral, exprimem a miniatura da própria Lei da Criação do Universo. Assim, há uma convergência eletiva entre a conceituação do “Buscai e achareis” e outros preceitos evangélicos semelhantes, como “Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará”; “Pedi e recebereis”; “ Procurai e achareis;” Batei e abrir-se-vos-á a porta” e outros. Em todos os casos, Jesus adverte, fundamentalmente, quanto à necessidade de ação e trabalho incessante do homem, em suas experimentações e acontecimentos educativos da vida física.

Assim, o “pedir”, na intenção de Jesus, não consiste simplesmente no ato primacial de a criatura solicitar algo. Mas, é sumamente importante que ela, primeiramente, se decida em consciência, quanto à natureza, contextura superior ou inferior do que pede. Quem não sabe o que pede, pode pedir insensatamente. É ilógico que o homem venha a querer o que não deseja, pedir o que não pretenda, solicitar o que não entende, ou, ainda buscar o que não crê. Ao pedir, em qualquer plano da vida mental, física ou espiritual, o homem expressa uma atitude compatível como seu entendimento íntimo ou bom senso; mas, não basta pedir, pois, é preciso também saber pedir. Assim, o homem que, no mundo, pede de modo irregular, censurável e até em sentido destrutivo, diz-lhe a Lei que “se vos dará”, ou seja, confirma que ele possui o livre-arbítrio de pedir o que deseja. Mas, como o conceito evangélico é claríssimo em explicar que “pedindo, recebereis”, o homem que, então, saiba como pedir, em qualquer condição de sua vida, há que saber que “a semeadura é livre”, mas “a colheita é obrigatória”. Por isso, adverte Jesus que o “homem será julgado segundo as suas obras”.

O homem precisa trabalhar incessantemente na sua realização espiritual, certo de que tudo dependerá, exclusivamente, de si mesmo e do seu trabalho. Mas, Jesus é bem explícito, ao aconselhar que o homem “batendo á porta, abrir-se-lhe-á”, porque, então, se conjuga nele o estado de hipersensibilização, capaz de indicar-lhe o caminho certo em direção á Vida Imortal. Deus jamais deixará de atender o filho sensato, humilde e laborioso, que não discrepa da harmonia da vida espiritual e não violenta o equilíbrio natural da Lei. O homem precisa deixar de exigir o que ainda não tem direito e desistir de violentar o que ainda é prematuro para o seu poder humano e para a sua capacidade espiritual.

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